segunda-feira, 17 de março de 2008

Versão impressa traz mais visibilidade ao ComUM

A Universidade do Minho (UM) tem desde 25 de Fevereiro um novo semanário académico. O ComUM, em versão impressa, é a continuação de um projecto reatado em 2005 por Hélder Beja e Hugo Torres, alunos do curso de Comunicação Social, agora Ciências da Comunicação.

O lançamento da versão impressa veio trazer maior projecção ao jornal, que até então, na sua versão on-line, passava despercebido à maioria da academia. “Só comecei a conhecer o ComUM no papel”, afirma a estudante de Psicologia, Carolina Gouveia.

Também o aluno de Relações Internacionais (RI), João Sampaio, apenas passou a conhecer a publicação “na versão impressa”. O estudante de RI considera o jornal do grupo de alunos de Ciências da Comunicação interessante. “Os primeiros que saíram chamaram a minha atenção e a atenção dos meus colegas”.

Bernardo Cunha, funcionário da UM, tem uma opinião ligeiramente diferente: “Acho que é mais do mesmo. Eu já vejo que as notícias no Académico muitas vezes escasseiam, agora com dois jornais…” O funcionário não deixa, no entanto, de salientar a importância de os estudantes terem à sua disposição mais um jornal, o que significa uma “maior oferta”.

“Só espero que isto não fique por meia dúzia de números. Eu já estou cá há muitos anos e já se fizeram muitos jornais, mas depois da primeira dúzia de números as pessoas cansavam-se e o jornal pura e simplesmente desaparecia”, conclui o funcionário do gabinete de apoio ao aluno.




“Parece-me um trabalho notável”


Joaquim Fidalgo, docente de Jornalismo da UM, mostra-se bastante satisfeito com os primeiros resultados deste novo projecto: “ A mais valia do jornal é o próprio jornal em si, o conteúdo e a forma. E em termos jornalísticos, é um jornal bem feito, também porque não interessa as pessoas que o fazem, o que interessa é o produto final e esse é bastante bom em termos jornalísticos”. Segundo o docente, outra das mais-valias prende-se com o facto de “o jornal ser feito exclusivamente por alunos e nesse aspecto, parece-me um trabalho notável”.

A questão da independência do jornal foi outro dos assuntos abordados. Para Fidalgo, o facto de o ComUM “não estar ligado à Associação Académica nem aos Serviços de Acção Social, acaba por ser importante para se poder escolher os assuntos”,

Não quer dizer que os outros jornais não façam trabalho independente também”, todavia o ComUM “tem a vida mais facilitada porque não deve nada a ninguém e vive só das suas receitas próprias”, acrescenta o professor de Jornalismo

Ainda relativamente a este tema, o fundador do jornal Público admite que “as pressões no jornalismo existem e existirão sempre e isso não é problema nenhum porque todas as instituições e todas as entidades procuram pressionar os jornalistas. O problema está em os jornalistas cederem ou não às pressões”.

Quando questionado sobre o eventual sensacionalismo das primeiras manchetes do jornal, apontado por alguns leitores, o docente do Instituto de Ciências Sociais, responde dizendo: “Não acho nada sensacionalistas. Primeiro porque o sensacionalismo vê-se em duas coisas, vê-se nos temas e nos modos de os tratar”.

“Estes, foram assuntos que, embora tenham a ver com sexo, não foram sensacionalistas”, referiu a propósito da reportagem sobre a prostituição. “ Quando estava à frente do UMjornal, que era um projecto com profissionais, tentamos durante bastante tempo fazer uma reportagem sobre uma coisa que se dizia que havia que era problemas de prostituição na UM e não fizemos porque não fomos capazes, porque não conseguimos que ninguém nos falasse e eles conseguiram”.

Carlos Daniel Rego, João Oliveira e Vera Costa

1 comentário:

Sergio Denicoli disse...

A reportagem está muito informativa e com informações bem apuradas e interessantes. NO entanto, vocês tinham o áudio do Rui Rocha e poderiam ter disponibilizado e entrevista para que o nosso leitor pudesse ouví-la. O slideshow foi uma saída interessante para mostrar as pessoas que entrevistaram. Mas a legenda das imagens não diz muita coisa. Vocês poderiam ter colocado, além do nome da pessoa, uma pequena frase que resumisse a opinião dela sobre o ComUM.